Entendendo o Documento de Araxá: Um Marco na História do Serviço Social no Brasil.
No vasto cenário da história do Serviço Social no Brasil, há momentos que se destacam como verdadeiros marcos, delineando caminhos, desafios e conquistas para a profissão. Um desses momentos cruciais foi a elaboração do Documento de Araxá, um marco histórico que reverbera até os dias de hoje.
O Documento de Araxá emergiu em meio a um contexto de profundas transformações sociais e políticas no Brasil. Datado de 1967, este documento representou não apenas um conjunto de reflexões e diretrizes para o Serviço Social brasileiro, mas também um manifesto de compromisso com a transformação social e a defesa dos direitos humanos.
Elaborado durante o Encontro Nacional de Assistentes Sociais em Araxá, Minas Gerais, o documento foi fruto de intensos debates e reflexões entre profissionais engajados em compreender e intervir nas realidades sociais mais urgentes e desafiadoras do país. Questões como desigualdade, pobreza, exclusão social e a necessidade de uma prática profissional comprometida com a emancipação dos sujeitos foram colocadas em destaque.
O Documento de Araxá não apenas consolidou princípios éticos e políticos para o exercício do Serviço Social, mas também reforçou a importância da formação crítica e continuada dos assistentes sociais. Além disso, destacou-se por sua abordagem holística, que reconhece a complexidade das questões sociais e a necessidade de intervenções integradas e contextualizadas.
Ao longo dos anos, o Documento de Araxá continuou a inspirar gerações de assistentes sociais, alimentando o debate e a prática profissional em busca de uma sociedade mais justa e igualitária. Suas diretrizes permanecem como referência fundamental, especialmente em tempos de desafios renovados e lutas por direitos.
Princípios e Diretrizes do Documento de Araxá: Rumo à Transformação Social
O Documento de Araxá não apenas representou um marco simbólico na história do Serviço Social brasileiro, mas também delineou uma série de princípios e diretrizes fundamentais que orientaram a prática profissional e a formação dos assistentes sociais.
Compromisso com a Transformação Social: Em sua essência, o Documento de Araxá reafirmou o compromisso inegociável do Serviço Social com a transformação das condições sociais injustas e desiguais. Reconheceu-se que a profissão não poderia ser neutra diante das injustiças e desigualdades estruturais, mas sim ativamente engajada na busca por mudanças sociais significativas.
Defesa dos Direitos Humanos e da Justiça Social: Um dos pilares fundamentais do Documento de Araxá foi a defesa intransigente dos direitos humanos e da justiça social. Os assistentes sociais foram convocados a atuar como defensores dos direitos de todos os cidadãos, especialmente dos grupos marginalizados e vulneráveis.
Abordagem Holística e Multidimensional: O Documento de Araxá enfatizou a importância de uma abordagem holística e multidimensional para compreender e intervir nas questões sociais. Isso significou reconhecer a interconexão entre diferentes dimensões da vida social, como econômica, política, cultural e ambiental, e buscar intervenções integradas que abordassem essas complexidades.
Formação Crítica e Comprometida: O documento ressaltou a necessidade de uma formação profissional crítica e comprometida, capaz de capacitar os assistentes sociais a compreenderem profundamente as realidades sociais em que atuam e a desenvolverem práticas inovadoras e eficazes de intervenção.
Ética e Responsabilidade Profissional: A ética profissional foi colocada como um dos pilares centrais do exercício do Serviço Social. Os assistentes sociais foram instados a pautarem sua prática em princípios éticos sólidos, como respeito à dignidade humana, autonomia do indivíduo, justiça social e não discriminação.
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