Robert Castel é sociólogo e professor da École des Hautes Études en Sciences Sociales, Paris, França. É autor de inúmeros livros, dentre eles "As metamorfoses da questão social" e "A insegurança social. O que é ser protegido?" .
Segundo o autor A tendência atual é que as pessoas se considerem membros de uma sociedade de indivíduos. O indivíduo isolado é, de alguma maneira, levado “pelas águas” e não chega a lugar algum. Para se alimentar, por exemplo, ele não é autônomo, isto é, precisa encontrar esse alimento em algum lugar, depende quase sempre de outrem.
Dentro de um coletivo é que ele consegue conquistar realmente o seu lugar, a sua classe. Como articular a dimensão do indivíduo dentro de um coletivo é uma questão muito dificil.
O que se nota é uma modificação das condições de trabalho, ou seja, uma individualização, no sentido de valorizar o trabalhador com seus direitos individuais e suas iniciativas, aproveitando-as dentro do contexto no qual se insere. Para que isso mude, é preciso formar uma solidariedade coletiva.
É preciso destruir os dois modos de organização do trabalho até então dominante: o trabalho regulado (das corporações de ofício – as jurandes) e o trabalho forçado (o modelo da corvéia, as instituições de correção, os depósitos de mendicância, as instituições de caridade). Portanto, o livre acesso ao trabalho e a instituição de um livre mercado do trabalho marcam o advento de um mundo social racional por meio da destruição da ordem social arbitrária da antiga sociedade.
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