Fontes Teóricas do Serviço Social: Um Resumo
O Serviço Social, ao longo de sua história, buscou fundamentar sua prática em diversas correntes teóricas. Essas fontes teóricas moldaram a forma como os assistentes sociais compreendem a realidade social, as questões sociais e o papel do profissional na transformação da sociedade. EMPIRISMO: origina-se do grego empeiria = experiência
Há que se considerar que os conhecimentos e teorias do Serviço Social se dão de um modo dinâmico, pois se constroem de acordo com o momento histórico e social de cada período.
Num processo FUNCIONALISTA, temos uma sociedade em que cada um tem sua função definida, com um sistema de organizações interligadas e que se relacionam entre si. É um sistema complexo de grupos ou indivíduos, mas que pode nos apresentar como se dá o funcionamento da sociedade em suas especificidades.
Numa visão sociológica, não se pensava ainda em transformações sociais. Os assistentes sociais consideravam que os problemas eram causados pelo desajustamento dos indivíduos ao tipo de sociedade e à sua organização e que esses problemas podiam ser superados. A psicologia e a psicanálise, nessa época, também influenciaram a prática do Serviço Social, bem como a filosofia positivista baseada nas ideias de Augusto Comte.
As Primeiras Fontes: Positivismo e Conservadorismo
Positivismo: Nas primeiras décadas do século XX, o Serviço Social brasileiro era influenciado pelo positivismo, que buscava soluções técnicas para os problemas sociais. A visão era de que a ciência poderia resolver as questões sociais, e o assistente social atuava como um técnico, aplicando conhecimentos para corrigir desvios individuais.
Conservadorismo: A Igreja Católica também exerceu forte influência, com uma perspectiva conservadora que valorizava a caridade e a assistência individualizada.
A Ruptura e a Busca por Novas Bases Teóricas
Movimento de Reconceptualização: A partir da década de 1960, um movimento de renovação crítica questionou as bases teóricas tradicionais. Os assistentes sociais passaram a buscar novas referências teóricas para compreender a complexidade da realidade social e o papel do profissional na luta por justiça social.
As Fontes Teóricas Contemporâneas
As principais fontes teóricas que orientam a prática do Serviço Social contemporâneo são:
Marxismo: A teoria marxista oferece uma análise crítica da sociedade capitalista, compreendendo as desigualdades sociais como resultado das relações de produção. O marxismo destaca a importância da luta de classes e da organização dos trabalhadores para a transformação social.
Teoria Crítica: A teoria crítica, inspirada em filósofos como Theodor Adorno e Max Horkheimer, busca compreender as relações de poder e as formas de dominação na sociedade. A teoria crítica enfatiza a importância da autonomia e da emancipação dos sujeitos sociais.
Feminismo: A perspectiva feminista destaca as desigualdades de gênero e as formas de opressão contra as mulheres. O feminismo contribui para a análise das questões sociais a partir da experiência das mulheres e busca a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
Teorias Pós-coloniais: As teorias pós-coloniais analisam os impactos do colonialismo e do neocolonialismo nas sociedades contemporâneas, especialmente nos países do Sul Global. Essas teorias contribuem para a compreensão das desigualdades raciais e étnicas e para a descolonização do conhecimento.
A Importância da Diversidade Teórica
A diversidade teórica é fundamental para o Serviço Social, pois permite uma análise mais abrangente e complexa da realidade social. Ao dialogar com diferentes perspectivas teóricas, os assistentes sociais podem construir intervenções mais eficazes e adequadas às demandas da população.
Em resumo, as fontes teóricas do Serviço Social evoluíram ao longo do tempo, refletindo as transformações da sociedade e as novas demandas da profissão. Atualmente, o Serviço Social busca uma prática comprometida com a justiça social, a equidade e a emancipação humana, baseada em um diálogo crítico com diversas correntes teóricas.
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