A Influência do Marxismo no Serviço Social: Uma Análise Crítica
O marxismo, com sua análise crítica das relações sociais e da desigualdade, exerceu uma profunda influência no Serviço Social, especialmente a partir da década de 1960. Essa influência, embora complexa e multifacetada, moldou significativamente a identidade e a prática profissional do assistente social.
A Reconceituação do Serviço Social e o Marxismo
A década de 1960 foi marcada pela chamada Reconceituação do Serviço Social na América Latina, um movimento que questionou a prática tradicional da profissão, fortemente vinculada à filantropia e à manutenção da ordem social. Os assistentes sociais, inspirados pelas ideias marxistas, passaram a analisar a realidade social de forma mais crítica, buscando compreender as raízes das desigualdades e da pobreza.
Principais Contribuições do Marxismo para o Serviço Social:
Análise crítica da sociedade: O marxismo proporcionou ao Serviço Social ferramentas para analisar a sociedade de forma mais aprofundada, compreendendo as relações de poder e as contradições do capitalismo.
Ênfase na questão social: O marxismo destacou a questão social como um produto das relações sociais de produção, e não como um problema individual. Essa perspectiva levou os assistentes sociais a buscar soluções coletivas para os problemas sociais.
Empoderamento dos usuários: O marxismo incentivou a prática do Serviço Social a valorizar a participação e o empoderamento dos usuários, compreendendo-os como sujeitos de direitos e não como objetos de intervenção.
Crítica ao capitalismo: O marxismo permitiu aos assistentes sociais questionar a lógica do capitalismo e suas consequências para a vida das pessoas, buscando alternativas para construir uma sociedade mais justa e igualitária.
Desafios e Limitações:
Apesar das importantes contribuições, a relação entre o marxismo e o Serviço Social não é isenta de desafios e críticas. Alguns apontam para um certo reducionismo na análise marxista da questão social, enquanto outros argumentam que a influência do marxismo no Serviço Social tem sido cada vez menor nas últimas décadas.
O Marxismo no Serviço Social Contemporâneo:
O marxismo continua sendo uma referência importante para o Serviço Social, embora sua influência tenha se diversificado e adaptado às novas realidades sociais. Hoje, os assistentes sociais utilizam as ferramentas teóricas do marxismo em conjunto com outras perspectivas para compreender a complexidade da questão social e desenvolver práticas inovadoras.
Autores Fundamentais para a Discussão do Marxismo no Serviço Social
A relação entre o marxismo e o Serviço Social é marcada por debates intensos e produtivos, impulsionados por diversos autores que contribuíram para a construção de um pensamento crítico e transformador na profissão.
Alguns dos principais nomes que se destacam nesse contexto são:
José Paulo Netto: Um dos maiores expoentes da perspectiva marxista no Serviço Social brasileiro, Netto desenvolveu uma análise profunda das relações entre o Serviço Social e a sociedade capitalista. Seus trabalhos são referência para entender a trajetória histórica da profissão e suas possibilidades de transformação.
Marilda Iamamoto: Em parceria com Netto, Iamamoto contribuiu significativamente para a construção de uma teoria do Serviço Social que dialoga com o marxismo. Seus estudos sobre a questão social e o trabalho do assistente social são fundamentais para a compreensão da prática profissional.
Maria do Carmo Soares: Outra importante pesquisadora, Soares tem se dedicado a analisar a relação entre o Serviço Social e o Estado, buscando compreender como as políticas sociais são construídas e implementadas.
Yves de Souza Santos: Embora não seja um autor exclusivo do Serviço Social, Santos exerceu grande influência na área com suas reflexões sobre a globalização, a justiça social e a construção de um outro mundo possível.
Cláudia Fonseca: Fonseca tem se destacado por suas pesquisas sobre a história do Serviço Social e a relação entre a profissão e o gênero.
Outros autores relevantes:
Carmem Sposati: Uma das pioneiras na introdução do marxismo no Serviço Social brasileiro, Sposati contribuiu para a formação de diversas gerações de assistentes sociais.
Maria Lúcia Silva: Silva tem se dedicado a analisar a relação entre o Serviço Social e a questão racial, buscando desvelar as desigualdades sociais e as formas de opressão.
Betânia Barros: Barros tem realizado importantes pesquisas sobre a relação entre o Serviço Social e a saúde, com foco nas políticas públicas e na atenção básica.
Contribuições desses autores:
Crítica à ordem social: Esses autores contribuíram para uma visão crítica da ordem social, revelando as contradições e desigualdades do capitalismo.
Construção de uma teoria do Serviço Social: Desenvolveram uma teoria do Serviço Social que busca compreender a profissão como um espaço de luta e transformação social.
Análise das políticas sociais: Analisaram as políticas sociais, desvendando seus mecanismos de funcionamento e seus impactos sobre a vida das pessoas.
Empoderamento dos usuários: Defenderam a importância do empoderamento dos usuários e a construção de práticas profissionais mais participativas e democráticas.
A importância de conhecer esses autores:
Ao estudar os trabalhos desses autores, os assistentes sociais podem:
Aprofundar seus conhecimentos sobre a história e a teoria do Serviço Social.
Desenvolver uma visão crítica da realidade social.
Construir práticas profissionais mais comprometidas com a justiça social.
Fortalecer a identidade profissional e o compromisso com a transformação social.
É importante ressaltar que essa lista não é exaustiva e que existem muitos outros autores que contribuíram para a discussão sobre o marxismo no Serviço Social. A leitura e o estudo das obras desses autores são fundamentais para a formação e o desenvolvimento profissional do assistente social.
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